PROF FRANCISCO PORTUGAL NEVES

FRANCISCO PORTUGAL NEVES

(*02/04/1896         -        †16/08/1974)

Santa Maria Madalena    Santa Maria Madalena

FRANCISCO PORTUGAL NEVES, filho de FRANCISCO JOSÉ GONÇALVES NEVES JR. e de JESUÍNA PORTUGAL NEVES, nasceu no dia 2 de abril de 1896, no Alto Imbé – Santa Maria Madalena.

Membro de uma família numerosa, composta de 10 irmãos, aprendeu a ler na Escola Professor Mariano Alves Corrêa de Oliveira (Cucula), Cursou o ginásio no Colégio Salesiano, de Santa Rosa, em Niterói, e Lorena, São Paulo. Orientado pelo irmão mais velho, Aristeu, abraçou, a exemplo do irmão, a carreira do magistério, à qual se dedicou inteiramente.

Foi professor nos colégios Salesiano, Nossa Senhora das Mercês, Brasil, São Bento, Guanabara, Icaraí e Figueiredo Costa, em Niterói. Foi também professor e diretor da Escola Normal e do Colégio Pedro Palácios em Cachoeiro do Itapemirim, Espírito Santo, fundado por seu irmão Professor Aristeu Portugal Neves.

Foi membro nato do Conselho Brasileiro de Geografia e examinador de geografia pelo Departamento Nacional de Ensino.

Poeta, escritor, jornalista, boêmio, tinha entre os prazeres da juventude freqüentar festas familiares, muito em moda na época, onde declamava poemas, tocava violão, cantava, etc..

Não obstante, apesar de diversas namoradas que teve, nunca se casou. Viveu solitário. Dizia que gostava da liberdade. Vivia como índio, dormia quando tinha sono e comia quando tinha fome. Pensava como o seu ex-aluno Rubem Braga, que em recente entrevista, disse “que a solidão não é boa a dois, solidão é boa é a um”. Mas quem conheceu o Professor Portugal, como era popularmente conhecido, sabe que as maiores paixões de sua vida foram o Brasil e o Flamengo. Costumava dizer que “Flamengo não perde, deixa de ganhar”, e acima do Brasil nem o pingo no i”. Logo em seguida deixou a seguinte trova: “Dos amores sou cativo, diga o povo o que quiser, três coisas quero na vida: Brasil, Flamengo e mulher”. Usava sempre o escudo do Flamengo, suspensórios do mesmo time e meias rubro-negras.

Seus alunos o veneravam. Foi sempre, sem sobra de dúvida, disparado, o melhor professor para eles. Em reunião de ex-alunos, quando anunciavam os nomes das autoridades presentes, o Professor Portugal era sempre o mais aplaudido.

Em 1963, foi operado duas vezes. Por ser diabético, teve de amputar uma das pernas e não conseguia se adaptar com perna mecânica. Por essa razão, pouco se locomovia, pois era muito alto, e tinha dificuldade para andar de muletas.

Viveu seus últimos anos no seu Alto Imbé, onde recebia caravanas de ex-alunos, que fretando ônibus, vinham de longe visitá-lo (Niterói e Cachoeiro do Itapemirim).

O Professor Francisco Portugal Neves deixou a vida terrena em 16 de agosto de 1974, aos 78 anos, legando aos que ficaram um grande exemplo de amor e respeito à natureza, da qual era grande admirador. Sem recursos físicos para caminhar, jamais se complexou ou se entregou à inatividade, procurando sempre incentivar a juventude nos estudos.

Na época de seu falecimento, seus ex-alunos fizeram questão de custear o sepultamento. Seus restos mortais depois de anos foram transladados para uma capela erguida no Cemitério de Santa Maria Madalena.

Francisco Portugal Neves é Patrono da Casa de Cultura de Santa Maria Madalena, cujo prédio foi TOMBADO PELA LEI MUNICIPAL No 703 DE 19 DE MARÇO DE 1991.

Casa da Cultura PROFESSOR FRANCISCO PORTUGAL NEVES

denominado pelo decreto n 810 de 05 de abril de 1990.

Foto fornecida por: Mário Henrique Sá Barreto Guimarães,  refotografado de arquivo

Fonte de Pesquisa:   Dr. Mário Portugal Fernandes Pinheiro

Jornal O Madalenense 154 pág. 01 - 18 de agosto de 1974

Pesquisa Elaborada por: Mário Henrique Sá Barreto Guimarães